segunda-feira, 23 de novembro de 2009

maldita burocracia.

A situação nessa cidade é tão critica que renovar a habilitação de motorista é quase mais difícil do que conseguir um visto permanente para os Estados Unidos.

Tudo começa quando você toma consciência de que existe um órgão do governo que serve para te ajudar nas burocracias, e que como o próprio nome diz, ele Poupa Tempo, ou pelo menos deveria. Então você opta por não gastar mais dinheiro na Autoescola e vai direto à ele.
Entra-se nesta maravilhosa promessa de lugar eficiente e já é necessário pedir informação para onde se deve ir. Tudo bem até então, o local é grande e se pode fazer muita coisa lá dentro.

Destino informado e encontrado.
Primeiro obstáculo a frente, uma fila para entregar os documentos para simples conferencia e entrega da primeira senha. Se os documentos não estiverem de acordo com o necessário, a pessoa te dará uma senha preferencial para voltar a este mesmo ponto. Caso esteja tudo certo, ela te dará uma senha para continuar o atendimento.

Recebe a senha, com uma letra e alguns números para você não ter idéia de quantas pessoas têm na sua frente, e a indicação para esperar em frente a um certo painel.
Aí começa a parte que todo mundo adora. Sentar num banco duro e ficar esperando até que alguém tenha a boa vontade de te atender.
Pronto. Agora você é direcionado a uma mesa. A pessoa pega os documentos e novamente verifica se está tudo certo - caso quem fez o atendimento anterior não saiba fazer o próprio trabalho. Faz algumas perguntas estúpidas, que poderia simplesmente ter confirmado nos papeis que já foram entregues, te dá mais uns papeis, a segunda senha e a indicação para esperar no próximo local, em frente ao mesmo painel, mas agora sua senha tem uma letra diferente.

Mais um tempo no banco desconfortável. Você começa a olhar para os lados, gente estranha, uns cowboys, uns emos, umas pessoas que parecem ter saído de um baile funk, outras que saíram do Halloween...
E chamam sua senha. Pelo menos agora você vai ter o desprazer de falar com outra pessoa. Mais umas perguntas estúpidas, um bla bla bla que você não presta atenção, e já está pronto para o próximo direcionamento.

Chega na porta do banco - claro, você sempre tem que pagar alguma taxa infeliz - e como se já não fosse o suficiente você ter que pegar fila no banco, te indicam o local de pegar a senha. Você pega a senha e acha que já é a de atendimento do banco, mas não, é apenas a de entrada no banco. Fica do lado de fora e espera até chamar o numero para entrar no banco e ficar na fila esperando sua vez.
Mais um tempo perdido e você sai do banco e se encaminha para uma nova fila, essa pelo menos sem senha. Mas no atendimento te dão uma nova. Dessa vez uma nova letra e um novo painel.

Olha durante uma hora, meia hora se der sorte, os trabalhadores do local com uma enorme boa vontade. E enfim te chamam.
Dessa vez o atendente resolve não fazer perguntas, mas explicar as coisas mais claras do mundo, "agora eu vou tirar uma foto, suas digitas e sua assinatura", como se você já não estivesse vendo todos os aparelhos para tais coletas na sua frente. - sim, agora o DETRAN faz tudo sozinho, certamente para te obrigar a pegar mais filas... - mais alguns minutos de conversa de elevador, você vê o atendente conversando sobre a balada de ontem com o do lado, acha que está sendo feito de idiota mais um pouco e é liberado para a próxima etapa.

Você percebe que é mandado finalmente para a ultima fila, depois disso não há mais o que se fazer, só se agora eles também exigirem que você visite outros órgãos lá dentro.
Mais uns 20 minutos de fila, o atendente vê todos os seus papeis já carimbados, assinados e amassados de tanto manuseio, e diz: É só voltar daqui 2 dias com a CNH antiga e retirar a nova.
E você pensa: a infeliz do guichê anterior não poderia simplesmente ter dito isso?

Nesse momento você já revoltado lembra-se que poderia ter ido na Autoescola, gastado alguns reais a mais e não ter passado por tudo isso...

Depois de perder o dia inteiro nisso, você descobre que tem gente que pega duas filas a mais para fazer o exame médico.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

feeling blue.

Eu estava lá, novamente frente a ele. E dessa vez não havia mais aquela timidez da minha parte, conseguia olhá-lo, talvez até mais do que deveria.

Try to think that love is not around
But it’s uncomfortably near

Minhas mãos tremiam e suavam, como as de uma adolescente boba, ao se deparar com o primeiro beijo do primeiro grande amor de sua vida. O estômago gritava de dor, tentando chamar a atenção.

I feel kind of bad,
can't you make the music easy and sad?

Pensava em tudo que aquele dia poderia significar. Só um dia comum? O começo de algo formidável? Minhas expectativas seriam atingidas? A realidade se mostraria mais uma vez, nos levando ao nada?

I used to lie awake and wonder if there could be
A someone in the wide world just made for me

Não sabia o que era mais fácil, apenas olhá-lo nos olhos e deixar que falassem por mim, ou deixar que meu desejo tomasse conta e olhar fixamente para seus lábios, que a cada palavra proferida aumentava minha vontade de beijá-los.

Can't you see that you're leading me on?
And it's just what I want you to do.

Como sou covarde, nada fiz. As horas passaram, conversamos apenas, como sempre. Assim algum tempo do meu dia passou, agradavelmente bem acompanhada. E minhas vontades continuaram aqui, guardadas dentro de mim.

If you never had to count a million cheap,
Then you've never been blue.


E agora me afogo em uma taça de vinho e um cd lindamente triste.
Ah, como uma companhia faz falta!

If you never had to miss a goodnight kiss
Then you’ve never, no, you’ve never been blue.