quarta-feira, 27 de outubro de 2010
riacho.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
adeus.
Que é verdade que a primeira vez a gente não esquece, eu não posso afirmar. Mas eu nunca vou esquecer a primeira vez que eu tive um cachorro.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
sempre.
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
na rodoviária.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
aos pedaços.
Você já teve um alguém, desses que você pensa: I could stay with you forever and never realise the time? Então você sabe do que eu to falando. Eu tive um desses.
E foi cheio de idas e vindas, como deveria ser. Primeiro era tempo demais junto e a consequente sensação de sufocamento apareceu. Depois o medo de que a futura distância estragasse tudo, causou precipitações. Aí eu pensava que estava tudo bem e veio a sua inquietante vontade de aproveitar a vida e a juventude de outras formas.
Então eu percebi que eu sem você não tenho porquê, porque sem você não sei nem chorar. A distância deixou de ser um problema, o tempo compartilhado se tornou algo agradável. E eu me vi vivendo uma das melhores experiências da vida, a de compartilhá-la com alguém, de forma incrível.
De alguma forma fomos perdendo as partes disso. Talvez no final de cada copo de água que eu nunca termino, ou nas caronas forçadas porque mesmo depois de dois anos de carta, eu ainda não tenho coragem de pegar o carro, na falta de gel meu no cabelo, ou na sua blusa de gola alta, quem sabe? E começo a sentir que the thrill is gone, I can see it in your eyes.
Mas ao mesmo tempo eu imagino que as coisas não podem ter sido tão superficiais assim. E penso em convidá-lo para assistir ao pôr do Sol comigo, afinal a vista da minha janela é bem bonita. E sim, eu admito que, I’m old fashioned but I don’t mind it, that’s how I wanna be.
Eu ando pelos nossos velhos caminhos agora tentando juntar os pedaços que caíram, para tentar remontar o nosso quebra-cabeça. Mas e você, o que pretende fazer agora?
Só tenho mais uma coisa a dizer, a de sempre, it had to be you.
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Citações Musicais:
Não são necessariamente os compositores, mas os interpretes escolhidos.
You’re gonna make me lonessone when you go – Madeleine Peyroux
Samba em Prelúdio – Esperanza Spalding
The Thrill is Gone – Chet Baker
I’m old fashioned – Chet Baker
It had to be you – Lisa Ekdahl
sexta-feira, 9 de julho de 2010
me diz.
Me diz que ao me ver, seu coração não mudou o ritmo.
Que não percebeu sua pele pulsando ao sentir a minha por uns segundos.
Que por estar perto, não houve o impulso em me tocar.
Que o som da minha voz não pareceu conhecido e reconfortante.
Que as piadas antigas não te fazem mais rir.
Que ao se despedir, você não sentiu vontade de não ir embora, e de me ver novamente, como da primeira vez.
E eu te deixo ir. Sem mais tocar no assunto.
Caso negue alguma das frases, volte.
quinta-feira, 17 de junho de 2010
não mais.
terça-feira, 8 de junho de 2010
tá bom.
Abrindo os olhos pela manhã pude vê-la, fazendo pose apoiada na pia, enquanto escovava os dentes e se olhava no espelho. Os cabelos longos e lisos caiam sob os ombros, suas curvas eram acentuadas pela pose, a pele rosada em um corpo coberto apenas por uma camiseta, minha.
Tentava me lembrar como ela havia chegado ali, no meu banheiro. Não me recordava quando exatamente aquilo começara.
Penso que foi aos poucos. Ficando para dormir um dia ou outro, deixando uma peça de roupa “para um momento de emergência” – ela dizia. Passou um feriado prolongado aqui comigo. Chamou as amigas para uma pizza, pois queria que elas me conhecessem.
Fomos viajar juntos nas ultimas férias, e na volta quis ficar aqui, estava cansada e não queria ir para casa e desfazer as malas.
E foi ficando...
E eu fui deixando...
Na verdade nem me dei conta do que estava acontecendo. Sua companhia me agradava e as coisas pareciam mais em ordem do que nunca. Algumas coisas novas foram aparecendo, prateleiras, panelas, toalhas, enfeites. Percebi que não havia mais uma noite sequer que eu tinha a cama e a casa só para mim, e que algumas contas sumiam da gaveta e apareciam pagas.
Eu provavelmente nunca te disse e nem direi, mas gosto de como as coisas estão.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
reencontro.
Às vezes eu penso nas pessoas que passaram pela minha vida e me marcaram de alguma forma. O que seria de nós se não tivéssemos nos separado naquele momento? Teríamos nos separado em um outro? Continuaríamos nos vendo e convivendo? Teríamos chegado onde estamos hoje? Ido além disso?
Ouvi de um conhecido de um ex-colega de trabalho que te conhece, que você vai bem. Mundo pequeno esse...
Da ultima vez que te vi, percebi o quanto o tempo te mudou, e o fez comigo também. Não consegui encontrar um álibi convincente o bastante para falar com você, só um “oi, como vai?” não parecia bom. Não sabia como tinha ficado nossa relação. Quais seriam os assuntos de nossas conversas agora?
Um tempo depois reencontrei aquele mesmo alguém e me disse que você mudou de endereço. Apressei-me em marcar o novo, com a justificativa de entregar algo seu que encontrei em uma de minhas varias mudanças desde então. Mentira, não havia mais nada.
Com esta arma em mãos, resolvi testar. Voltei ao nosso velho costume e te escrevi uma carta, na esperança de que não soasse como se fossemos estranhos, ou que havia alguém te perseguindo.
Às vezes penso em você, que de todas as pessoas que por mim passaram é de quem mais lembro. Não por sentir algo por você, e achar que foi um grande amor desperdiçado e que um dia vai voltar, tenho apenas um carinho pelas nossas memórias, mas sim pela intensidade da atração que nos mantinha. Você sempre foi uma ótima foda. Como seria um reencontro? Certamente seria diferente, faz tanto tempo...
Depois de duas semanas recebi sua resposta à minha carta. Não era como um dia tinha sido, mas também não éramos como dois recém conhecidos. Mais algumas cartas trocadas, os vínculos foram se reatando. Marcamos de nos encontrar em um café.
No momento em que nos vimos soubemos que a atração ainda existia, ou era a empolgação em saber como aquilo terminaria. Conversamos por algum tempo e saímos dali.
Foi como se nossos corpos nunca tivessem se separado. As mesmas sensações, os mesmos gostos, a mesma intensidade, só mudaram os tons.
Por melhor que tivesse sido, não nos vimos e nem nos escrevemos mais, e de certa forma já era esperado.
Me pergunto agora se faltava esse ponto final para você, assim como para mim. Não tivemos uma merecida despedida da outra vez. Quem sabe daqui a algum tempo nos encontramos novamente e eu pergunto...
segunda-feira, 10 de maio de 2010
rotina.
terça-feira, 13 de abril de 2010
3h15
Um quarto. Uma luz fraca. Um amanhecer. Um homem.
Vários livros na estante. Varias coisas pelo chão.
No rádio, por horas intermináveis ouve Billy Holliday.
O quarto tem um cheiro de roupa suja, comida podre e álcool.
O homem tem em uma de suas mãos um cigarro de marca barata, e na outra uma arma.
Ele sente em sua boca o gosto do corpo daquela que acabara de deixá-lo sozinho e alguns reais mais pobre. Era só mais uma que se fora.
Passa incessantemente a mão por aquele objeto, sente sua temperatura, suas texturas. Abre e fecha o tambor e conta quantas chances tem.
Acende mais um cigarro. Reconta as balas. Olha o relógio na parede, 3h15.
Mais um trago.
E um tiro.