tag:blogger.com,1999:blog-62208408914629775822024-03-14T02:53:13.166-03:00Digital Bathauto-purificação textualNathalia Alvarezhttp://www.blogger.com/profile/17725239493192023571noreply@blogger.comBlogger26125tag:blogger.com,1999:blog-6220840891462977582.post-49042166110492350592020-05-17T20:32:00.005-03:002022-06-08T20:37:14.174-03:00À você, à mim, e à tudo que poderia ter sido.<p>Hoje eu desisto.</p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="PT-BR">Desisto de todo esse sentimento que existe em mim, por você.<br /></span>Retiro o “Eu te amo!” que eu te disse. Ele não é seu. Nunca te
pertenceu.<br />Você não o quis e não o quer.<br />Não tenho mais motivos e motivações para te entregar algo tão não
quisto.<br />Mas saiba, estive totalmente disponível e disposta à isso.<br />Te entreguei tudo o que pude. Me entreguei até onde pude.<br />Nos resumiremos agora, ao que já sinto emanando de você.<br />Um contrato que você deseja que acabe, o quanto antes.</p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;">E desistindo disso hoje, não estou desistindo do mais importante.</p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="PT-BR">De mim.</span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="PT-BR"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="PT-BR"><span style="font-size: x-small;"><i>17/05/2020</i></span></span></p>Nathalia Alvarezhttp://www.blogger.com/profile/17725239493192023571noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6220840891462977582.post-31072192331221658552016-10-05T15:56:00.006-03:002022-06-08T20:29:02.602-03:00Um mêsUm mês que te vi.<br />
Com outros olhos, outros tons, outros sons.<br />
<br />
Um mês que me acompanha em pensamento, ao longo do dia.<br />
Durante algumas noites também.<br />
<br />
Quatro semanas imaginando como teria sido.<br />
Tentando me convencer, sem conseguir, de que foi como tinha que ser.<br />
<br />
Quatro semanas com o coração acelerado com as possibilidade de te encontrar.<br />
Criando outras oportunidades, mesmo que em vão.<br />
<br />
Trinta dias em constante atrito entre o que quero e o que devo.<br />
Repensando meus atos, e agindo com meus pensamentos.<br />
<br />
Trinta dias te vendo em todos os pontos que temos em comum.<br />
E localizando os não tão comuns assim.<br />
<br />
720 horas inquietas, contraditórias, inspiradas, envolvidas.<br />
Intensas.<br />
<br />
<i>Deixa eu bagunçar você...</i><div><i><br /></i></div><div><i><span style="font-size: x-small;">10/05/2016</span></i></div>Nathalia Alvarezhttp://www.blogger.com/profile/17725239493192023571noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6220840891462977582.post-83211715052655888602016-09-04T10:33:00.004-03:002022-06-08T20:27:47.406-03:00Ressaca moralNão sei como começar, nem descrever. E talvez nem devesse.<br />
Sei apenas que a incontrolável necessidade de escrever, de expressar o que não falo, se faz presente novamente.<br />
<br />
<span style="font-style: italic;"><span style="font-size: xx-small;">My heart should be well-schooled</span></span><br />
<br />
As melhores coisas da vida são assim, inexplicáveis, não?<br />
Acontecem sem esperar, sem prever, sem ao menos dar a devida atenção ao que se passa.<br />
E principalmente, sem forçar. Se não for natural, não vale a pena.<br />
E não teria como ser diferente agora.<br />
<br />
Me coloco aqui, completamente vulnerável, mesmo com a certeza de que se trata de algo inviável.<br />
E que de tão impossível e indevido, se faz tão bom.<br />
<br />
<span style="font-style: italic;"><span style="font-size: xx-small;">'Cause I've been fooled in the past</span></span><br />
<span style="font-style: italic;"><br /></span>
Como posso dar, os tão urgentes, passos para trás, se quando me vi, já esperava ansiosamente o toque do telefone, antes tão desprezado e hoje tão bem vindo?<br />
Sua voz...<br />
Um sorriso automático.<br />
Sincero!<br />
<br />
Enquanto tento só pensar e não sentir, em meus ouvidos ecoa, em um looping infinito a voz de Chet Baker.<br />
<i><span style="font-size: xx-small;">But still a fall in love too easily</span></i><br />
<i><span style="font-size: xx-small;">I fall in love too fast.</span></i><div><i><span style="font-size: xx-small;"><br /></span></i></div><div><span style="font-size: xx-small;"><i>09/04/2016</i></span></div>Nathalia Alvarezhttp://www.blogger.com/profile/17725239493192023571noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6220840891462977582.post-18556580913831647072011-05-19T19:44:00.000-03:002011-05-19T19:44:06.563-03:00seu.<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">É incessante a vontade de você.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">Sinto dor nos músculos do rosto, pois meu sorriso é incontrolável agora. Está constantemente presente, e mostra para quem quiser ver, o quão bem você me faz.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">Tenho gravada em minha retina a imagem perfeita do seu sorriso, tão contagiante..., e seus olhos, que me dizem sinceramente o quanto as coisas mexem com você.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">Nos meus ouvidos tenho a sua voz, cantando as mesmas frases, dizendo as mesmas palavras, ou só rindo, e me enlouquecendo com seus gemidos altos e fortes.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">A suavidade e o calor da sua pele estão espalhados por todos os pedaços do meu corpo, que reage involuntariamente a cada lembrança.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">Sua boca passeia pela minha pele e demarca território na minha, que não tem mais outras vontades, só a de continuar te sentindo.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">Concluo sem mais forças. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">Quero mais.</div>Nathalia Alvarezhttp://www.blogger.com/profile/17725239493192023571noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6220840891462977582.post-19023654376054564742011-05-17T18:33:00.000-03:002011-05-17T18:33:37.386-03:00(re)começo.<div style="text-align: justify;">Diante um do outro, pela primeira vez naquela situação, sentiam que se conheciam há muito, e que esperaram anos por aquele momento. Ao primeiro toque tudo que parecia desconexo e sem explicação, fez sentido.</div><div style="text-align: justify;">E para que se preocupar com o resto do mundo, quando se tem o universo inteiro ao alcance dos olhos?</div><div style="text-align: justify;">Em segundos souberam que as prévias horas inquietas da espera tinham, não só valido a pena, como também sido merecidas e justificadas.</div><div style="text-align: justify;">As regras, os receios e as tentativas de controle caíram por terra, com poucos olhares. As expectativas acumuladas ao longo dos dias se mostraram pequenas demais perto da intensidade do momento.</div><div style="text-align: justify;">Permaneceram ali por algumas horas, se descobrindo e se encantando com cada pequeno detalhe.</div><div style="text-align: justify;">No fim tiveram a certeza que não acabaria naquela noite. </div><div style="text-align: justify;">Era só o começo...</div>Nathalia Alvarezhttp://www.blogger.com/profile/17725239493192023571noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6220840891462977582.post-33050978068058603442011-04-27T23:38:00.003-03:002011-04-27T23:38:44.981-03:00pensamentos.<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Tenho falado sozinha bem mais que o normal, se é que existe um nível de normalidade para tal. Percebi que tenho passado dias sem trocar uma palavra com outras pessoas. Só ouço minha voz quando me percebo cantando algo, ou quando encontro um vizinho, chegando ou saindo e, por educação, cumprimento. Eu sempre fui de falar pouco, e tenho problemas com comunicação desde que me lembro, mas acho que as coisas tendem a piorar agora.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Ando lendo bem mais também. O que passar pela frente, contos, crônicas, romances, poemas, noticias relevantes, outras nem tanto, até os livros didáticos da faculdade tem tido seu papel. Tudo isso para tentar ocupar a mente inquieta e voltar a ter um pouco de concentração para, talvez, me livrar dos demônios que domam meus pensamentos. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Mas como se pôde perceber, ainda não tive muito sucesso nisso.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Lembro constantemente do meu salto de pára-quedas no final do ano passado. Nem tanto por todas as sensações que o momento me proporcionou, a liberdade, o poder, a possibilidade de perceber quão pequena é cada pessoa, ver como o lugar era bonito. Mas mais por recordar que no exato momento da queda, eu não pensei em nada. A adrenalina era tanta e eu estava tão maravilhada com a situação que minha mente ficou finalmente limpa, livre de qualquer tormento.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">E durante mais uma tentativa frustrada de ocupar e ao mesmo tempo esvaziar a mente, divago e escrevo.</div>Nathalia Alvarezhttp://www.blogger.com/profile/17725239493192023571noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6220840891462977582.post-12593665677992190162011-04-09T00:07:00.000-03:002011-04-09T00:07:35.849-03:00ponto.<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">Sinto-me como aquela camiseta velha no fundo do armário, rasgada e desbotada </div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">Acho que eu fui gastando com o tempo Perdendo alguns vocábulos aqui e ali Os verbos já foram todos usados As citações se esgotaram Minhas mãos doem, não sinto mais a ponta dos dedos As letras do teclado também desapareceram A cafeína não faz os neurônios funcionarem como deveria Os substantivos fogem de mim como pessoas cansadas o fazem com o trânsito interminável das grandes metrópoles Não sobraram adjetivos Inspiração, então, há muito não me aparece</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">Mas continuo com o mesmo problema de sempre </div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">Os pontos finais</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">E a quem interessar, saiba</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">Restaram apenas frases mal formadas e usadas demais</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">Mas ainda há um tanto de vontade de amontoá-las e colocar na tela.</div>Nathalia Alvarezhttp://www.blogger.com/profile/17725239493192023571noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6220840891462977582.post-43422355993612922092011-03-03T12:15:00.000-03:002011-03-03T12:15:38.683-03:00problema.<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">Eu estava encarando ele, já nem sabia mais há quanto tempo. Me perdia entre os pensamentos que via expressados na feição compenetrada dele.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">Olhava sua boca se mover enquanto falava, ou mesmo parada enquanto divagava sobre algo, e quase conseguia senti-la em minha pele. Mas ao mesmo tempo tentava prestar atenção ao que dizia, para que minha presença ali não parecesse sem sentido.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">Tentava ver além de seus olhos, saber em que ele pensaria depois que fosse embora. No assunto discutido, no que faria no dia seguinte, talvez em alguma conta a pagar, no jantar. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">Gostaria que fosse em mim.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">Via suas mãos se movendo, segurando o lápis, rabiscando algo, riscando em seguida, tentando encontrar a solução para o problema. Imaginava que tipo de habilidade elas poderiam demonstrar em outras situações.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">Me desconcentrava novamente no mar que eram seus olhos. E nas curvas bem desenhadas de seus lábios.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">Às vezes falava sem parar, tentando encontrar soluções e parecer inteligente, quem sabe mais atraente, ou apenas chamar sua atenção de alguma forma. Não podia sequer dar a entender algo como aquilo, me controlava.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">Ao mesmo tempo em que ficava desanimada por ter as condições adversas tão presentes, me sentia mais empolgada ao perceber cada uma delas.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">Queria saber seus <span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">hobbies</span>, se tínhamos mais algo em comum. Que tipo de música gostava, o que gostava de comer, banalidades apenas... Não tinha como surgir um assunto desses em um momento daqueles. Continuava sem saber e esperava por um momento oportuno para perguntar-lhe algo sobre sua vida.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">Fazia alguns comentários engraçados com o fato de não encontrarem uma solução, só para conseguir ver seu sorriso por alguns instantes. Sempre que podia sorria de volta. Já ouvira várias vezes que tinha um sorriso bonito e achava que era uma boa hora para acreditar e usar isso.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">Outra pessoa entrou na sala. E depois de algum tempo demonstrou onde estava o erro. Com tudo resolvido fui embora, pois já estava atrasada.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">Mas desejava intensamente que aquela pessoa nunca tivesse chegado, para que pudesse continuar ali, me perdendo nele. <br style="mso-special-character: line-break;" /> <!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br style="mso-special-character: line-break;" /> <!--[endif]--></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">Acharia, com certeza, outros problemas insolúveis para poder voltar.</div>Nathalia Alvarezhttp://www.blogger.com/profile/17725239493192023571noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6220840891462977582.post-54864603072760437012011-01-06T12:28:00.000-02:002011-01-06T12:28:35.315-02:00buk.<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Sentada naquele canto quase escondido eu podia ver todo o quarto e parte do banheiro.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">O cheiro no ar era uma mistura podre de bebidas, suor, sujeira, sexo e perfumes baratos. A poltrona em que me sentava era velha, visivelmente surrada e com uma grande mancha no braço esquerdo, que eu preferia não tentar descobrir a que pertencera.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Presenciava várias cenas ali. Porres, brigas, ressacas, beijos, vômitos, copos esvaziavam e enchiam novamente, pessoas entravam, sentavam, falavam sem parar, e finalmente iam embora. Ele ficava, mas quase nunca sozinho.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">A escassez de luz no cômodo me fazia perder alguns detalhes. Durante boa parte do dia o lugar ficava vazio. Era de noite e de madrugada que a movimentação tomava o quarto, o que piorava minha situação.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Certa noite, o vi entrar no quarto com duas garrafas de vinho e uma mulher. Essa eu nunca tinha visto. Conforme ele enchia os copos e ela tirava parte da roupa, minha visão foi ficando embaçada.<br />
Comecei a sentir um calor que não era típico do ambiente, vozes de pessoas que não estavam lá, um balanço esquisito e involuntário no corpo. O desconforto por me perceber sentada em algo que não era a poltrona, a claridade excessiva e o volume crescente de vozes fizeram com que tudo viesse à tona, como o tranco de um corpo no final de um salto de <span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">Bungee Jump</span>.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Era um dia comum de verão em um país tropical, eu me encontrava sentada dentro de um ônibus lotado lendo “Notas de um Velho Safado”.<br style="mso-special-character: line-break;" /> <!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br style="mso-special-character: line-break;" /> <!--[endif]--></div>Nathalia Alvarezhttp://www.blogger.com/profile/17725239493192023571noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6220840891462977582.post-29072997303523976212010-10-27T01:02:00.000-02:002010-10-27T01:02:49.704-02:00riacho.<div style="text-align: justify;">Sentia uma angústia crescendo dentro de si há dias. Via o movimento dos ponteiros do relógio na parede, prestava uma atenção no tic-tac digna de um médico cirurgião, e em sua cabeça repetia continuamente: um-dois, um-dois. </div><div style="text-align: justify;">Levantou-se, pegou a garrafa de café e se serviu. Já estava frio e no fim. Péssimo, tinha sido passado há horas, talvez no dia anterior. Tomou mesmo assim.</div><div style="text-align: justify;">Agora, na sala, olhava pela janela. Um rato atravessava a rua como se a possuísse, e naquele momento ela era só e inteiramente dele. O céu estava nublado, e a leve brisa fazia com que as folhas das escassas árvores balançassem em uma valsa lenta e compassada. Clima típico da época do ano, do local, da fase da Lua, da previsão do tempo, do seu humor.</div><div style="text-align: justify;">Sentou-se novamente em seu quarto. A inquietação ia aos poucos tomando conta de seu corpo. Começou por chacoalhar uma das pernas. Depois foi a caneta que insistia em pular de sua mão e se jogar no chão ou na mesa. Estalava os dedos, os punhos, os pés, até nada mais fazer barulho, e recomeçava.</div><div style="text-align: justify;">Um-dois um-dois um-dois um-do um um.</div><div style="text-align: justify;">E então conseguiu.</div><div style="text-align: justify;">As palavras fluíam de seus dedos. Eram gotas em um riacho que acabara de transpor sua barragem.</div><div style="text-align: justify;">Um parágrafo. E outro. E um terceiro...</div><div style="text-align: justify;">Não ouvia mais o relógio, não pensava mais no rato da rua, não mais sabia se balançava as pernas. </div><div style="text-align: justify;">Só escrevia.</div><div style="text-align: justify;">Quando o riacho se acalmou, deitou na cama e dormiu o sono que lhe havia faltado nos últimos dias.</div>Nathalia Alvarezhttp://www.blogger.com/profile/17725239493192023571noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6220840891462977582.post-67433957614075162002010-10-06T22:12:00.002-03:002010-10-06T22:27:37.385-03:00adeus.<div style="text-align: justify;">Ainda me lembro da primeira vez que te vi. Eu estava morrendo de medo afinal, era a primeira vez que eu chegava tão perto. Mas você era tão linda que até me esqueci de mim. Parecia feita no computador ou desenhada à mão, de tão perfeita. </div><div style="text-align: justify;">Lembro de todos os detalhes dos nossos primeiros momentos. A sala completamente bagunçada, caixa de pizza e louça na mesa de centro, roupas pelos cantos. Sua mãe já velha e com cara de cansada, seus irmãos, ninguém era como você. </div><div style="text-align: justify;">E depois desse dia foram tantas histórias, tantas lembranças...</div><div style="text-align: justify;">Você me fez vencer uma barreira importante, e eu sempre serei muito grata por isso.</div><div style="text-align: justify;">Com o passar do tempo você foi se mostrando cada vez mais rápida e esperta, eu gostava disso. Aos poucos fui percebendo que você era um lobo solitário, como eu. Talvez por isso houvesse uma ligação tão grande entre nós.</div><div style="text-align: justify;">Depois vieram outras, mas não era a mesma coisa.</div><div style="text-align: justify;">E depois de mais de uma década com você, pode ter certeza que eu vou sentir sua falta.<br />
Que é verdade que a primeira vez a gente não esquece, eu não posso afirmar. Mas eu nunca vou esquecer a primeira vez que eu tive um cachorro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Nathalia Alvarezhttp://www.blogger.com/profile/17725239493192023571noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6220840891462977582.post-61569281993601348462010-09-13T23:45:00.000-03:002010-09-13T23:45:14.482-03:00sempre.<div style="text-align: justify;">Ele estava lá. No mesmo bar de sempre, tomando a mesma coisa de sempre e sozinho, como sempre. Não fumava, não gostava de ter sua visão atrapalhada pela fumaça. </div><div style="text-align: justify;">Pensava que em dois dias receberia o mísero salário que lhe cabia.Gastaria uma parte com as bebidas, que deixaria em casa para quando os bares estivessem fechados. Daria algum dinheiro ao cobrador do aluguel para que não fosse despejado, visto que nunca pagara um mês por completo. E guardaria um pouco para as mulheres, teria que conseguir de outra forma agora que ela se fora.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ela passava pela frente do bar no caminho do trabalho para casa, como sempre. Viu que ele estava lá. Pensou em entrar e conversar com ele. Desistiu. Afinal, fazia apenas alguns dias desde que se separaram. Não gostava do verbo terminar, nesses casos. As pessoas não terminavam, suas vidas não terminavam, apenas mudavam seus rumos, suas rotinas. </div><div style="text-align: justify;">Tinha prometido para si mesma que a última vez em que estiveram juntos seria diferente ou então, seria a última. E foi.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ele olhava as horas no relógio, não que tivesse algum compromisso ou que teria hora para ir embora, mas gostava de ter consciência delas. </div><div style="text-align: justify;">Pediu mais um, bebeu um gole e pensou que talvez sentiria falta do calor do corpo dela ao acordar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ela continuava parada na frente do bar. Se sentia orgulhosa em ter conseguido sair daquela situação. Via o movimento das pessoas na rua, algumas entravam ou saíam do bar. Gostava de ficar horas observando os sapatos das pessoas que passavam por ela. </div><div style="text-align: justify;">Hesitou mais uma vez, e por fim entrou. Sentou ao lado dele, pediu uma dose, a de sempre.</div><div style="text-align: justify;">- Boçal.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Terminaram suas bebidas e foram para casa juntos. Treparam no sofá, como sempre.</div>Nathalia Alvarezhttp://www.blogger.com/profile/17725239493192023571noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6220840891462977582.post-6529199567463760922010-08-25T00:29:00.000-03:002010-08-25T01:09:14.497-03:00na rodoviária.<div style="text-align: justify;">Minha passagem pela rodoviária hoje se resume em basicamente dois fatos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Na cabine para comprar a passagem, a moça estava com pressa, pois tinha terminado o expediente, queria fechar o caixa e ir embora. Portanto enquanto a outra imprimia meus passes, ela atendia outra pessoa. E gritava freneticamente para os outros "Aqui tá fechado, vai na próxima!"</div><div style="text-align: justify;">As duas atendentes conversaram enquanto a primeira marcava as passagens do outro cliente, eu não estava prestando atenção ao que elas falavam, mas percebi que eram valores. Só entendi depois de ver que ela tinha colocado o valor errado na máquina, provavelmente alguma forma de tentar economizar tempo e passar meu cartão enquanto terminava a impressão</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">- Tá errado, geralmente dá R$36,00 e alguma coisa.</div><div style="text-align: justify;">- Oh, Joana é R$30,00 ou R$36,00? Ah, tá bom.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Obviamente era R$36,00. (Coitada da Joana, repetiu mais de 4 vezes o valor e mesmo assim a mulher colocou errado.)</div><div style="text-align: justify;">Nem sequer um obrigado eu ouvi. Claro, a diferença não iria para o salário dela, mas certamente sairia de lá caso faltasse no final do dia...</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ao lado da plataforma de embarque tem um quiosque desses que vende todas as tranqueiras alimentícias que se pode encontrar em uma rodoviária.</div><div style="text-align: justify;">Eu, com uma moeda de R$0,25 na mão, e era realmente tudo que eu tinha, cheguei e perguntei quanto era um chiclete, desses de caixinha que vem 2 juntos, achando impossível não conseguir comprar, com o que tinha.</div><div style="text-align: justify;">- Sessenta centavos.</div><div style="text-align: justify;">- Ah, tá bom. Obrigada. (Pensando "Porra, que roubo!")</div><div style="text-align: justify;">- Quanto você tem aí? R$0,50? Serve.</div><div style="text-align: justify;">- Só tenho R$0,25, na verdade.</div><div style="text-align: justify;">- Tá bom, serve também. É meu último dia aqui mesmo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Moral da história....</div>Nathalia Alvarezhttp://www.blogger.com/profile/17725239493192023571noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6220840891462977582.post-17648171726604128942010-08-18T13:02:00.000-03:002010-08-18T13:13:10.989-03:00aos pedaços.<p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Você já teve um alguém, desses que você pensa: <i style="mso-bidi-font-style:normal">I could stay with you forever and never realise the time</i>? Então você sabe do que eu to falando. Eu tive um desses.<br />E foi cheio de idas e vindas, como deveria ser. Primeiro era tempo demais junto e a consequente sensação de sufocamento apareceu. Depois o medo de que a futura distância estragasse tudo, causou precipitações. Aí eu pensava que estava tudo bem e veio a sua inquietante vontade de aproveitar a vida e a juventude de outras formas.<br />Então eu percebi que <i style="mso-bidi-font-style: normal">eu sem você não tenho porquê, porque sem você não sei nem chorar</i>. A distância deixou de ser um problema, o tempo compartilhado se tornou algo agradável. E eu me vi vivendo uma das melhores experiências da vida, a de compartilhá-la com alguém, de forma incrível.<br />De alguma forma fomos perdendo as partes disso. Talvez no final de cada copo de água que eu nunca termino, ou nas caronas forçadas porque mesmo depois de dois anos de carta, eu ainda não tenho coragem de pegar o carro, na falta de gel meu no cabelo, ou na sua blusa de gola alta, <span style="mso-spacerun:yes"> </span>quem sabe? <span style="mso-spacerun:yes"></span>E começo a sentir que <i style="mso-bidi-font-style: normal">the thrill is gone, I can see it in your eyes</i>.<br />Mas ao mesmo tempo eu imagino que as coisas não podem ter sido tão superficiais assim. E penso em convidá-lo para assistir ao pôr do Sol comigo, afinal a vista da minha janela é bem bonita. E sim, eu admito que, <i style="mso-bidi-font-style:normal">I’m old fashioned but I don’t mind it, that’s how I wanna be.<br /></i>Eu ando pelos nossos velhos caminhos agora tentando juntar os pedaços que caíram, para tentar remontar o nosso quebra-cabeça. Mas e você, o que pretende fazer agora?<br />Só tenho mais uma coisa a dizer, a de sempre, <i style="mso-bidi-font-style:normal">it had to be you.</i></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">__________________________________________________________<br /><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Citações Musicais:<br />Não são necessariamente os compositores, mas os interpretes escolhidos.</span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">You’re gonna make me lonessone when you go – Madeleine Peyroux<br />Samba em Prelúdio – Esperanza Spalding<br />The Thrill is Gone – Chet Baker<br />I’m old fashioned – Chet Baker<br />It had to be you – Lisa Ekdahl</span></p>Nathalia Alvarezhttp://www.blogger.com/profile/17725239493192023571noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6220840891462977582.post-57967149692986090122010-07-09T00:50:00.000-03:002010-07-09T00:52:22.482-03:00me diz.<p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt">Me diz que ao me ver, seu coração não mudou o ritmo.<br />Que não percebeu sua pele pulsando ao sentir a minha por uns segundos.<br />Que por estar perto, não houve o impulso em me tocar.<br />Que o som da minha voz não pareceu conhecido e reconfortante.<br />Que as piadas antigas não te fazem mais rir.<br />Que ao se despedir, você não sentiu vontade de não ir embora, e de me ver novamente, como da primeira vez.<br />E eu te deixo ir. Sem mais tocar no assunto.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt">Caso negue alguma das frases, volte.</p>Nathalia Alvarezhttp://www.blogger.com/profile/17725239493192023571noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6220840891462977582.post-16104843089040192112010-06-17T23:24:00.000-03:002010-06-17T23:38:49.092-03:00não mais.<div style="text-align: justify;">Acordei mais cedo que ele hoje, o que é bastante raro.</div><div style="text-align: justify;">Fiquei ali por um tempo observando. O peito subindo e descendo com a respiração, os espasmos repentinos, uns intensos, outros nem tanto, e no rosto uma expressão serena. Não gosto de vê-lo dormir, parece morto naquela posição.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Me perdi pensando em nossas coisas. Como eu já o olhava antes de vir falar comigo aquele dia no bar. A gente se deu bem desde o início. Depois de algumas semanas comecei a dormir aqui às vezes, trazer meus pertences aos poucos, mudar a posição dos móveis na casa. </div><div style="text-align: justify;">Não me preocupei em sentar e conversar sobre como estávamos, sobre os ritmos e os passos do relacionamento. Tudo era muito natural para mim, e como ele também nunca se pronunciou, fiquei.</div><div style="text-align: justify;">Quando terminei de trazer o que era meu, passei a pagar algumas contas, afinal, nada mais justo. Nem quanto a isso houve algum comentário...</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">As semanas passaram e fomos levando adiante.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Agora me vejo diante do espelho enquanto escovo dos dentes. Faço uma pose ou outra, percebi que ele me olha ainda deitado na cama.</div><div style="text-align: justify;">Penso e não encontro mais os motivos que nos fizeram chegar até aqui.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ele ainda não sabe, mas perdi o gosto pelo que é nosso e a vontade de estar junto dele. </div><div style="text-align: justify;">Hoje enquanto ele trabalha, vou retirar minhas coisas. Deixo a chave junto de um bilhete na caixa de correspondência.</div>Nathalia Alvarezhttp://www.blogger.com/profile/17725239493192023571noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6220840891462977582.post-40995924524094314072010-06-08T23:13:00.000-03:002010-06-08T23:31:44.244-03:00tá bom.<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;margin-bottom: 0.0001pt; ">Abrindo os olhos pela manhã pude vê-la, fazendo pose apoiada na pia, enquanto escovava os dentes e se olhava no espelho. Os cabelos longos e lisos caiam sob os ombros, suas curvas eram acentuadas pela pose, a pele rosada em um corpo coberto apenas por uma camiseta, minha.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;margin-bottom: 0.0001pt; ">Tentava me lembrar como ela havia chegado ali, no meu banheiro. Não me recordava quando exatamente aquilo começara.<br />Penso que foi aos poucos. Ficando para dormir um dia ou outro, deixando uma peça de roupa “para um momento de emergência” – ela dizia. Passou um feriado prolongado aqui comigo. Chamou as amigas para uma pizza, pois queria que elas me conhecessem.<br />Fomos viajar juntos nas ultimas férias, e na volta quis ficar aqui, estava cansada e não queria ir para casa e desfazer as malas.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;margin-bottom: 0.0001pt; ">E foi ficando...</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;margin-bottom: 0.0001pt; ">E eu fui deixando...</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;margin-bottom: 0.0001pt; ">Na verdade nem me dei conta do que estava acontecendo. Sua companhia me agradava e as coisas pareciam mais em ordem do que nunca. Algumas coisas novas foram aparecendo, prateleiras, panelas, toalhas, enfeites. Percebi que não havia mais uma noite sequer que eu tinha a cama e a casa só para mim, e que algumas contas sumiam da gaveta e apareciam pagas.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;margin-bottom: 0.0001pt; ">Eu provavelmente nunca te disse e nem direi, mas gosto de como as coisas estão.</p>Nathalia Alvarezhttp://www.blogger.com/profile/17725239493192023571noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6220840891462977582.post-2992440182040607752010-05-20T00:13:00.000-03:002010-05-20T00:18:27.879-03:00reencontro.<p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify">Às vezes eu penso nas pessoas que passaram pela minha vida e me marcaram de alguma forma. O que seria de nós se não tivéssemos nos separado naquele momento? Teríamos nos separado em um outro? Continuaríamos nos vendo e convivendo? Teríamos chegado onde estamos hoje? Ido além disso?</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify">Ouvi de um conhecido de um ex-colega de trabalho que te conhece, que você vai bem. Mundo pequeno esse...<br />Da ultima vez que te vi, percebi o quanto o tempo te mudou, e o fez comigo também. Não consegui encontrar um álibi convincente o bastante para falar com você, só um “oi, como vai?” não parecia bom. Não sabia como tinha ficado nossa relação. Quais seriam os assuntos de nossas conversas agora?</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify">Um tempo depois reencontrei aquele mesmo alguém e me disse que você mudou de endereço. Apressei-me em marcar o novo, com a justificativa de entregar algo seu que encontrei em uma de minhas varias mudanças desde então. Mentira, não havia mais nada.<br />Com esta arma em mãos, resolvi testar. Voltei ao nosso velho costume e te escrevi uma carta, na esperança de que não soasse como se fossemos estranhos, ou que havia alguém te perseguindo.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify">Às vezes penso em você, que de todas as pessoas que por mim passaram é de quem mais lembro. Não por sentir algo por você, e achar que foi um grande amor desperdiçado e que um dia vai voltar, tenho apenas um carinho pelas nossas memórias, mas sim pela intensidade da atração que nos mantinha. Você sempre foi uma ótima foda. Como seria um reencontro? Certamente seria diferente, faz tanto tempo...</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify">Depois de duas semanas recebi sua resposta à minha carta. Não era como um dia tinha sido, mas também não éramos como dois recém conhecidos. Mais algumas cartas trocadas, os vínculos foram se reatando. Marcamos de nos encontrar em um café.<br />No momento em que nos vimos soubemos que a atração ainda existia, ou era a empolgação em saber como aquilo terminaria. Conversamos por algum tempo e saímos dali.<br />Foi como se nossos corpos nunca tivessem se separado. As mesmas sensações, os mesmos gostos, a mesma intensidade, só mudaram os tons.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify">Por melhor que tivesse sido, não nos vimos e nem nos escrevemos mais, e de certa forma já era esperado.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify">Me pergunto agora se faltava esse ponto final para você, assim como para mim. Não tivemos uma merecida despedida da outra vez. Quem sabe daqui a algum tempo nos encontramos novamente e eu pergunto...</p>Nathalia Alvarezhttp://www.blogger.com/profile/17725239493192023571noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6220840891462977582.post-75481249204238977692010-05-10T23:24:00.000-03:002010-05-10T23:42:54.682-03:00rotina.<div style="text-align: justify;">Você deveria se sentir como um deus, perfeito, satisfeito, feliz ao acordar cada manhã - pelo menos é o que você ouve em um daqueles programas diários do canal que você assiste na televisão - afinal, você é saudável, tem onde morar - e toda aquela baboseira. Para o diabo com isso!</div><div style="text-align: justify;">Quem consegue se manter intacto diante de toda essa merda?</div><div style="text-align: justify;">De novo aquele lugar, de novo aquelas pessoas, e aquela maldita rotina. Se escondendo das pessoas para as quais você deve, correndo atrás das que devem para você, sem que ninguém tenha sucesso em nada disso.</div><div style="text-align: justify;">Em empregos medíocres para conseguir o dinheiro usado para manter seus vícios, e seguir nessa rotina infeliz, aliviada por alguns prazeres profanos. O álcool, o tabaco, a jogatina, as mulheres. Sempre as mulheres. Malditas mulheres. E quem é que precisa delas quando se tem as próprias mãos? Dizem que uma dessas pode te levar às alturas, ou te afundar na areia movediça, rindo e sentindo prazer nisso. Nunca cheguei às alturas. Quem inventou isso, provavelmente foi uma mulher e o fez para enganar os otários dos homens, que correm atrás delas na esperança de chegar à algum lugar, mas só se afundam mais e mais. Deveriam proibir que elas circulassem pelas ruas, entrassem nas fábricas, nos mercados e nas lojas. Principalmente essa que você vê diariamente passar na sua frente, com aqueles decotes enormes, rebolando e se sentindo o máximo por perceber que você a olha e te ignorar completamente. Enquanto você sonha em chamá-la para um jantar sabendo que ela jamais aceitaria, e pensa que a vida não presta.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div>Nathalia Alvarezhttp://www.blogger.com/profile/17725239493192023571noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6220840891462977582.post-8411597800906849512010-04-13T00:16:00.000-03:002010-04-13T00:17:19.533-03:003h15<p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify">Um quarto. Uma luz fraca. Um amanhecer. Um homem.</p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify">Vários livros na estante. Varias coisas pelo chão.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify">No rádio, por horas intermináveis ouve Billy Holliday. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify">O quarto tem um cheiro de roupa suja, comida podre e álcool.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify">O homem tem em uma de suas mãos um cigarro de marca barata, e na outra uma arma.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify">Ele sente em sua boca o gosto do corpo daquela que acabara de deixá-lo sozinho e alguns reais mais pobre. Era só mais uma que se fora.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify">Passa incessantemente a mão por aquele objeto, sente sua temperatura, suas texturas. Abre e fecha o tambor e conta quantas chances tem.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify">Acende mais um cigarro. Reconta as balas. Olha o relógio na parede, 3h15.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify">Mais um trago.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify">E um tiro.</p>Nathalia Alvarezhttp://www.blogger.com/profile/17725239493192023571noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6220840891462977582.post-22657419326005271352010-01-11T00:25:00.000-02:002010-01-11T00:26:34.143-02:00nada ruim.é incrível como eu só consigo escrever em momentos realmente ruins.<div>estarei fora por mais uns tempos.</div>Nathalia Alvarezhttp://www.blogger.com/profile/17725239493192023571noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6220840891462977582.post-67568044442616253432009-11-23T15:27:00.000-02:002009-11-23T16:32:12.291-02:00maldita burocracia.<div align="justify">A situação nessa cidade é tão critica que renovar a habilitação de motorista é quase mais difícil do que conseguir um visto permanente para os Estados Unidos.<br /><br />Tudo começa quando você toma consciência de que existe um órgão do governo que serve para te ajudar nas burocracias, e que como o próprio nome diz, ele Poupa Tempo, ou pelo menos deveria. Então você opta por não gastar mais dinheiro na Autoescola e vai direto à ele.<br />Entra-se nesta maravilhosa promessa de lugar eficiente e já é necessário pedir informação para onde se deve ir. Tudo bem até então, o local é grande e se pode fazer muita coisa lá dentro.<br /><br />Destino informado e encontrado. </div><div align="justify">Primeiro obstáculo a frente, uma fila para entregar os documentos para simples conferencia e entrega da primeira senha. Se os documentos não estiverem de acordo com o necessário, a pessoa te dará uma senha preferencial para voltar a este mesmo ponto. Caso esteja tudo certo, ela te dará uma senha para continuar o atendimento.<br /><br />Recebe a senha, com uma letra e alguns números para você não ter idéia de quantas pessoas têm na sua frente, e a indicação para esperar em frente a um certo painel.<br />Aí começa a parte que todo mundo adora. Sentar num banco duro e ficar esperando até que alguém tenha a boa vontade de te atender.<br />Pronto. Agora você é direcionado a uma mesa. A pessoa pega os documentos e novamente verifica se está tudo certo - caso quem fez o atendimento anterior não saiba fazer o próprio trabalho. Faz algumas perguntas estúpidas, que poderia simplesmente ter confirmado nos papeis que já foram entregues, te dá mais uns papeis, a segunda senha e a indicação para esperar no próximo local, em frente ao mesmo painel, mas agora sua senha tem uma letra diferente.<br /><br />Mais um tempo no banco desconfortável. Você começa a olhar para os lados, gente estranha, uns cowboys, uns emos, umas pessoas que parecem ter saído de um baile funk, outras que saíram do Halloween...<br />E chamam sua senha. Pelo menos agora você vai ter o desprazer de falar com outra pessoa. Mais umas perguntas estúpidas, um bla bla bla que você não presta atenção, e já está pronto para o próximo direcionamento.<br /><br />Chega na porta do banco - claro, você sempre tem que pagar alguma taxa infeliz - e como se já não fosse o suficiente você ter que pegar fila no banco, te indicam o local de pegar a senha. Você pega a senha e acha que já é a de atendimento do banco, mas não, é apenas a de entrada no banco. Fica do lado de fora e espera até chamar o numero para entrar no banco e ficar na fila esperando sua vez.<br />Mais um tempo perdido e você sai do banco e se encaminha para uma nova fila, essa pelo menos sem senha. Mas no atendimento te dão uma nova. Dessa vez uma nova letra e um novo painel.<br /><br />Olha durante uma hora, meia hora se der sorte, os trabalhadores do local com uma enorme boa vontade. E enfim te chamam.</div><div align="justify">Dessa vez o atendente resolve não fazer perguntas, mas explicar as coisas mais claras do mundo, "agora eu vou tirar uma foto, suas digitas e sua assinatura", como se você já não estivesse vendo todos os aparelhos para tais coletas na sua frente. - sim, agora o DETRAN faz tudo sozinho, certamente para te obrigar a pegar mais filas... - mais alguns minutos de conversa de elevador, você vê o atendente conversando sobre a balada de ontem com o do lado, acha que está sendo feito de idiota mais um pouco e é liberado para a próxima etapa.<br /><br />Você percebe que é mandado finalmente para a ultima fila, depois disso não há mais o que se fazer, só se agora eles também exigirem que você visite outros órgãos lá dentro.<br />Mais uns 20 minutos de fila, o atendente vê todos os seus papeis já carimbados, assinados e amassados de tanto manuseio, e diz: É só voltar daqui 2 dias com a CNH antiga e retirar a nova.<br />E você pensa: a infeliz do guichê anterior não poderia simplesmente ter dito isso?<br /><br />Nesse momento você já revoltado lembra-se que poderia ter ido na Autoescola, gastado alguns reais a mais e não ter passado por tudo isso...<br /><br />Depois de perder o dia inteiro nisso, você descobre que tem gente que pega duas filas a mais para fazer o exame médico.</div>Nathalia Alvarezhttp://www.blogger.com/profile/17725239493192023571noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6220840891462977582.post-23232938650425736732009-11-16T16:41:00.000-02:002009-11-16T16:44:24.191-02:00feeling blue.Eu estava lá, novamente frente a ele. E dessa vez não havia mais aquela timidez da minha parte, conseguia olhá-lo, talvez até mais do que deveria.<br /><br /><em>Try to think that love is not around<br />But it’s uncomfortably near<br /></em><br />Minhas mãos tremiam e suavam, como as de uma adolescente boba, ao se deparar com o primeiro beijo do primeiro grande amor de sua vida. O estômago gritava de dor, tentando chamar a atenção.<br /><br /><em>I feel kind of bad,<br />can't you make the music easy and sad?<br /></em><br />Pensava em tudo que aquele dia poderia significar. Só um dia comum? O começo de algo formidável? Minhas expectativas seriam atingidas? A realidade se mostraria mais uma vez, nos levando ao nada?<br /><br /><em>I used to lie awake and wonder if there could be<br />A someone in the wide world just made for me<br /></em><br />Não sabia o que era mais fácil, apenas olhá-lo nos olhos e deixar que falassem por mim, ou deixar que meu desejo tomasse conta e olhar fixamente para seus lábios, que a cada palavra proferida aumentava minha vontade de beijá-los.<br /><br /><em>Can't you see that you're leading me on?<br />And it's just what I want you to do.<br /></em><br />Como sou covarde, nada fiz. As horas passaram, conversamos apenas, como sempre. Assim algum tempo do meu dia passou, agradavelmente bem acompanhada. E minhas vontades continuaram aqui, guardadas dentro de mim.<br /><br /><em>If you never had to count a million cheap,<br />Then you've never been blue.</em><br /><br />E agora me afogo em uma taça de vinho e um cd lindamente triste.<br />Ah, como uma companhia faz falta!<br /><br /><em>If you never had to miss a goodnight kiss<br />Then you’ve never, no, you’ve never been blue.</em>Nathalia Alvarezhttp://www.blogger.com/profile/17725239493192023571noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6220840891462977582.post-41061732110310441142009-10-20T00:18:00.000-02:002009-10-20T00:36:32.060-02:00por fim, as cores.<div align="justify">Ele acordara aquela manhã sabendo que sua hora havia chegado. Não sabia exatamente como ou porque, afinal era tão novo, mas tinha certeza. Ao abrir os olhos, percebeu que alguns raios dourados de Sol brilhavam por sua janela com as cortinas abertas.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Começou a olhar a sua volta, as cores estavam mais vivas, mais densas. Como não havia reparado antes que existiam tantas cores? </div><div align="justify"></div><div align="justify">Ao sair de casa olhou para o céu, o Sol já não brilhava. Tudo o que viu foi uma vastidão cinza, tão uniforme e fria.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Sua rotina tinha sido normal, transito; trabalho; almoço; trabalho novamente; transito; janta; aula; transito; casa, mas sentia que algo ainda estava estranhamente incomum.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Chegando em casa percebeu que passara o dia se perguntando e reparando nas cores, as benditas cores, que naquele dia exalavam algo além do concreto de sempre, algo diferente.</div><div align="justify">Mesmo que estivesse maravilhado foi dormir, pensando que tinha sido bom não ter acontecido nada com ele. A última coisa que vira antes de adormecer foi a parede de fundo do seu quarto, verde musgo.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">E era exatamente assim que ela gostava de fazer seu trabalho. Fazia com que suas vitimas admirassem o que ela mais gostava nesse mundo, as cores.</div><div align="justify">Na manhã seguinte ele não acordou. Vinte e nove anos e uma parada cardíaca, e o trabalho dela estava feito.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify">--</div><div align="justify">texto antigo remodelado.</div>Nathalia Alvarezhttp://www.blogger.com/profile/17725239493192023571noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6220840891462977582.post-28935508276157287792009-09-30T13:56:00.000-03:002022-06-09T08:32:10.248-03:00had to be you.<div align="justify">Começou como uma melodia suave, lenta, sutil, com poucas notas, mas com vontades e aspirações de épico Clássico, ou de imponente Progressivo. </div><div align="justify">Aos poucos foi ficando mais ritmada, mais complexa e completa, intensa como um Tango, talvez. Tornou-se ácido, melancólico, e puramente lindo, como um solo fritado de Jazz. </div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">Penso agora em tudo que restou da nossa musica. </div><div align="justify">Penso em nossos planos, nossos sonhos, nossas vontades...
o excesso de café; as conversas; a musica; os seus monólogos sobre filosofia e sociologia, os meus sobre ciências; as comidas; as besteiras; a pele, o cheiro, os gostos, o toque; os longos almoços de domingo regados a grandes quantidades de vinho; as suas sessões tocando suas guitarras; a minha preguiça constante; o são bernardo; a casa com 2 escritórios; os seus defeitos, os meus; a segregação do clube; a enorme biblioteca que montaremos; a vida que planejamos. </div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">Quero aprender francês e te ensinar alemão, compor a quatro mãos, dirigir o uninho amassado na sua companhia até onde eu tiver vontade, te ver graduado, mestre, doutor, livre-docente em todas aquelas coisas que eu nunca vou entender, conhecer o velho esquisito e quem disse que eu sou exatamente como ela imaginava, continuar sendo a favor da sua mãe e do seu pai para poder ser contra você e te deixar irritadinho, dizer que nossos papeis são trocados e fazer as pessoas acreditarem nisso, e todas as outras coisas que são tão particulares e tão próprias e de que tanto faço gosto. </div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">Espero que você consiga encarar esse momento como um intervalo em uma grande opera e não como o bônus track do CD de uma banda que acaba de se desfazer. </div><div align="justify">E que essa pausa possa acabar, assim que os músicos estiverem prontos para entrar no palco novamente.</div>Nathalia Alvarezhttp://www.blogger.com/profile/17725239493192023571noreply@blogger.com0