terça-feira, 20 de outubro de 2009

por fim, as cores.

Ele acordara aquela manhã sabendo que sua hora havia chegado. Não sabia exatamente como ou porque, afinal era tão novo, mas tinha certeza. Ao abrir os olhos, percebeu que alguns raios dourados de Sol brilhavam por sua janela com as cortinas abertas.
Começou a olhar a sua volta, as cores estavam mais vivas, mais densas. Como não havia reparado antes que existiam tantas cores?
Ao sair de casa olhou para o céu, o Sol já não brilhava. Tudo o que viu foi uma vastidão cinza, tão uniforme e fria.
Sua rotina tinha sido normal, transito; trabalho; almoço; trabalho novamente; transito; janta; aula; transito; casa, mas sentia que algo ainda estava estranhamente incomum.
Chegando em casa percebeu que passara o dia se perguntando e reparando nas cores, as benditas cores, que naquele dia exalavam algo além do concreto de sempre, algo diferente.
Mesmo que estivesse maravilhado foi dormir, pensando que tinha sido bom não ter acontecido nada com ele. A última coisa que vira antes de adormecer foi a parede de fundo do seu quarto, verde musgo.
E era exatamente assim que ela gostava de fazer seu trabalho. Fazia com que suas vitimas admirassem o que ela mais gostava nesse mundo, as cores.
Na manhã seguinte ele não acordou. Vinte e nove anos e uma parada cardíaca, e o trabalho dela estava feito.
--
texto antigo remodelado.