Um quarto. Uma luz fraca. Um amanhecer. Um homem.
Vários livros na estante. Varias coisas pelo chão.
No rádio, por horas intermináveis ouve Billy Holliday.
O quarto tem um cheiro de roupa suja, comida podre e álcool.
O homem tem em uma de suas mãos um cigarro de marca barata, e na outra uma arma.
Ele sente em sua boca o gosto do corpo daquela que acabara de deixá-lo sozinho e alguns reais mais pobre. Era só mais uma que se fora.
Passa incessantemente a mão por aquele objeto, sente sua temperatura, suas texturas. Abre e fecha o tambor e conta quantas chances tem.
Acende mais um cigarro. Reconta as balas. Olha o relógio na parede, 3h15.
Mais um trago.
E um tiro.
2 comentários:
Muito bom.
Gosto do que você escreve. E das palavras que escolhe também.
Abraço
Boas palavras, suspense... Belo conto!
Postar um comentário